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Previdência: No fundo do poço havia um abismo!

Quando parecia que o fundo do poço tinha chegado, veio o abismo! Talvez essa seja a única forma de expressar com relativa exatidão a triste realidade que os brasileiros estão vivenciando nos últimos anos, ou seja:

Uma crise institucional, moral, ética e econômica sem precedentes.

Nenhuma surpresa em se tratando de um país onde ser honesto (infelizmente para muitos!) é motivo de piada, principalmente, por parte daqueles que deveriam dar exemplo, mas que - sem o menor constrangimento - parecem viver numa espécie de bolha, um tipo de 'paraíso' sem leis ou qualquer punição efetiva para quem comete crimes gravíssimos contra os interesses da sociedade. Sim! Tudo leva a crer que o crime compensa por aqui. Enquanto isso, o povo "alegre" e "festeiro"- como costumamos ser vistos lá fora - assiste a um interminável show de horrores e desmandos. Pensando bem, talvez seja melhor sermos vistos assim, já que a verdade costuma doer.

Reforma da Previdência

Não por acaso nossos políticos deixaram para o final deste ano (que, aliás, não termina nunca!) a reforma da Previdência. Pobres de nós!

Desta vez, como num passe de mágica - além de outros absurdos - pretendem alterar de 15 para 25 anos o tempo mínimo de contribuição para que alguém se aposente pelo INSS por idade recebendo um salário mínimo, ou seja, um ‘pequeno’ aumento de 10 anos. Fica difícil imaginar quantas coisas maravilhosas um idoso conseguirá fazer ou comprar com um salário mínimo por mês no Brasil. Sim, pois para poder receber aposentadoria integral, daqui para frente, só nascendo de novo e estando disposto a contribuir por 'apenas' 49 anos.

Resumindo:

Quem já contribuiu por 15 anos e tinha planos de continuar pagando por mais 10 para tentar aumentar o valor da futura aposentadoria está prestes a ser roubado!

Enquanto isso, os ilustres membros do judiciário, políticos de todos os partidos, servidores públicos dos primeiros escalões, etc, continuarão recebendo seus supersalários, além dos inúmeros benefícios vitalícios pagos com o dinheiro que hoje já falta para pagar os aposentados. 

Que fique claro que NÃO sou contra a reforma da Previdência. Muito pelo contrário! Acho inadiável e imprescindível, desde que feita por pessoas sérias e capacitadas.

O caos previdenciário brasileiro é um problema de todos e precisa ser enfrentado imediatamente. Por isso, não consigo entender o SILÊNCIO da população diante de mais este ataque iminente aos direitos adquiridos do contribuinte de todas as classes.

O problema da Previdência não é nem nunca foi falta de dinheiro. Então, não adianta mudar regras enquanto o sistema estiver corrompido.

Se* a nossa Previdência está quebrada é por incompetência, por desonestidade, por roubalheira, por inúmeras fraudes e negociatas, por anos de desequilíbrio financeiro entre os benefícios pagos ao setor público em relação ao privado (que é quem sempre paga a conta!), por cooperativismo de todos os poderes, por seguidas gestões onde a indicação política se sobrepôs à técnica, e por aí vai.

* Há quem diga que a Previdência NÃO está quebrada e, sim, superavitária desde 2006. A alegação é que o Governo desconsidera a arrecadação da securidade social, que inclui as áreas da Saúde, Assistência e Previdência.

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Quem avisa amigo é: Previdência é um assunto técnico e não político!

Se novamente interesses políticos e pessoais se sobrepuserem à boa técnica, dificilmente conseguiremos reverter esta situação dramática algum dia, pois - em se tratando de Previdência, tempo é tudo! 

Digo isso ciente que estou longe de ser um especialista no assunto. Entretanto, como cidadão me sinto no direito de questionar como decisões tão importantes e que afetam milhões de pessoas estão nas mãos indivíduos em sua maioria desqualificados que - apesar de eleitos pelo povo - jamais dependerão do INSS para sobreviver, quiçá para pagar um plano de saúde básico, ou você acha que algum deles pretende usar o SUS?

Impossível não questionar:

  • Quem são as pessoas que estão à frente desta 'reforma', políticos?
  • As pretendidas novas regras se aplicam a eles?
  • Os especialistas no assunto foram ouvidos? Se sim, quais? Quando? O que disseram? Para quem trabalham?
  • O que houve com o fator previdenciário e a regra 85 / 95?

Escrevo este texto não como um profissional de Educação Financeira, mas como um contribuinte qualquer que está cansado de pagar a conta da incompetência e da corrupção, que se preocupa com o futuro da família e do país e que não tem a quem recorrer. É inadmissível que este tema seja tratado à toque de caixa, de maneira tão irresponsável. Chega de alienação!

Lembram disso?

Salvo engano, em junho de 2013 milhares de pessoas foram às ruas em São Paulo para protestar pelo aumento de R$0,20 na passagem de ônibus. Ideologias e preferências políticas à parte foi um ato emblemático que deu resultado.

Agora pergunto:

Será que alguém irá se manifestar sobre esta obscura proposta de reforma da Previdência, feita às pressas, e que irá afetar diretamente o futuro e o bolso de milhões de brasileiros?

Quero estar errado, mas receio que não. Afinal, já é final de ano no país das Olimpíadas, da Copa, do Carnaval, da Petrobrás, dos Correios, do Congresso, do Senado, do STF... Resta torcer!

O último a sair que apague a luz.

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