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Planejamento Familiar: a vida financeira após a separação

Recomeço. Talvez essa seja a maneira mais prática de encarar as mudanças financeiras que normalmente ocorrem na vida das pessoas após o término de uma união.

De modo geral, quanto mais longa uma relação, mais difícil será o processo de readaptação, principalmente, no tocante ao Orçamento Familiar. Questões como o sustento dos filhos, a manutenção do estilo de vida da família, a renda familiar, a divisão das despesas, a administração dos bens, certamente virão à tona.

Vale lembrar que, além de traumático, o processo de separação pode ser extremamente dispendioso. Em razão disso, é aconselhável que as questões financeiras sejam resolvidas de imediato, de forma a preservar o patrimônio conquistado ao longo dos anos, evitando possíveis prejuízos materiais que, em alguns casos, podem ser desastrosos para o futuro financeiro de toda família.

Em se tratando de dinheiro e corações feridos, os pontos mais controversos costumam ser os seguintes:

  • o valor "justo" das pensões;
  • a divisão dos bens;
  • os critérios de rateio das reservas financeiras da família;
  • a administração dos compromissos e obrigações comuns assumidas durante o relacionamento;
  • as responsabilidades sobre os funcionários domésticos; e
  • as participações societárias.

SEPARAÇÃO LITIGIOSA

A situação se agrava quando o final do relacionamento não é amigável. Nestes casos, uma saída é a contratação de um mediador independente, capaz de apurar o valor dos bens e direitos do casal no momento da separação, além de orientar quanto a forma de proceder. Sem dúvida que o maior desafio deste profissional será encontrar o equilíbrio financeiro das medidas que inevitavelmente terão que ser adotadas, o quê, por vezes, parecerá uma tarefa impossível, principalmente, quando a razão e a emoção estiverem em lados opostos.

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Caso Comentado 01

O médico Juliano (45) foi casado com a professora Cristina (42) por 17 anos. Juntos tiveram três filhos: Pedro (15), Alessandra (12) e Marcos (10). A família de classe média-alta sempre levou uma vida confortável. A renda familiar unificada era de cerca de R$14.000,00 mensais e o patrimônio incluía o apartamento onde moravam (R$400.000,00), dois carros (R$85.000,00), duas salas comerciais (R$180.000,00), além de reservas financeiras no valor de R$200.000,00. O casamento terminou amigavelmente. Mesmo assim, foram necessários vários ajustes financeiros até que o casal conseguisse reestruturar seu padrão de vida com orçamentos independentes. Inicialmente, decidiram vender o apartamento e dividir o dinheiro. Com a sua parte, Cristina comprou mais três salas comerciais para alugar. Juliano preferiu morar de aluguel até as coisas se "acalmarem" e investiu sua parte do dinheiro na clínica. Ele ainda abriu mão da sua parte nas economias e passou a contribuir mensalmente com uma pensão equivalente a 60% do custo fixo da família.

Caso Comentado 02

O engenheiro Paulo (29) foi casado com a advogada Amanda (26) por 4 anos e tiveram apenas uma filha, atualmente com 5 anos. A família de classe média estava acostumada a passar por altos e baixos financeiros e isso contribuiu para o final não-amigável do casamento. O custo fixo mensal era de R$3.500,00 e a renda familiar unificada era de cerca de R$4.000 mensais. O patrimônio do casal se resumia ao apartamento onde moravam, cujo financiamento estava apenas no início (saldo devedor R$210.000,00), um carro quitado (R$25.000,00) e uma pequena reserva financeira no valor de R$12.000,00. Com o fim do relacionamento houve uma série de desentendimentos acerca da divisão dos bens. Para Paulo coube - além do pagamento da pensão - abrir mão da sua parte no veículo e ainda assumir integralmente as parcelas restantes do apartamento. A separação agravou os problemas financeiros pré-existentes. A família possui diversas dívidas.

Caso Comentado 03

Enquanto casados Ricardo e Márcia eram sócios numa pequena rede de farmácias. Com o fim não-amigável do casamento a empresa foi dividida. A partir disso surgiram muitos problemas financeiros. As discordâncias em relação à estratégia de gestão fizeram com que a organização logo estivesse em apuros e sem condições de honrar seus compromissos. As dificuldades do negócio começaram a afetar o patrimônio da família, tendo em vista que boa parte dos bens (imóveis, veículos, investimentos, etc) havia sido dada como garantia de crédito nas transações da companhia. Considerando que a única fonte de renda de ambos era o pró-labore retirado da rede de farmácias, não tardou para que as contas pessoais também ficassem em aberto. A situação financeira do ex-casal foi se deteriorando e muitos dos bens conquistados ao longo de anos de trabalho e sacrifício foram sendo perdidos. A rede de farmácias fechou as portas. Hoje, 8 anos após a separação, eles ainda não conseguiram reestruturar suas finanças pessoais.

Em momentos delicados como no caso de uma separação, agir com objetividade e clareza certamente poupará muitos incômodos e prejuízos.

Tempo é dinheiro para ambos!

*Os nomes utilizados são fictícios.

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