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Superqualificação: o novo perfil do profissional desempregado

Você acha que qualificação significa garantia de sucesso profissional e financeiro?

A dificuldade de encontrar um emprego não é exclusiva dos profissionais recém-formados ou daqueles com menos experiência. Muito pelo contrário!

Diariamente milhares de especialistas, mestres e doutores que investiram alto em suas carreiras disputam vagas dos mais variados níveis e muitas vezes não são contratados justamente por serem considerados 'superqualificados' para a função.

Há quem imagine que este tipo de dificuldade ocorre apenas nas disputas por cargos que tradicionalmente pagam os melhores salários ou que têm maior reconhecimento social, porém, na prática, nem sempre é assim.

Em parte, isto se deve ao sensível aumento da oferta de cursos para todos os níveis cuja qualidade é duvidosa. A qualificação antes tida como um diferencial competitivo, passou a ser considerada lugar comum. A facilidade para obtenção de títulos de graduação, especialização, pós-graduação, mestrado, doutorado, etc, derrubou salários e passou a nivelar por baixo os candidatos, formando uma nova classe de excluídos: os superqualificados

Se pararmos para analisar este quadro, veremos que o prejuízo social é imenso e que não se resume ao desestímulo ao aperfeiçoamento contínuo. Outra consequência decorrente desta infeliz "tendência mercadológica" está na atitude desesperada de alguns profissionais, que ao se sentirem impotentes diante da imensa dificuldade de recolocação após anos de estudo e dedicação passaram a pleitear salários cada vez menores, além de omitirem informações relativas à sua formação em currículos e processos seletivos na expectativa de voltarem ao mercado.

A situação é tão dramática que tornou-se comum em concursos públicos indivíduos com formação superior disputarem vagas que não exigem sequer ensino médio completo. 

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Até que ponto vale a pena investir na carreira?

Investir em formação e qualificação requer planejamento e bom senso. O investimento precisa ser analisado também sob a ótica do retorno financeiro, pois problemas como falta de dinheiro e desemprego atingem a todos, independente do grau de instrução.

Vale lembrar que com o valor necessário para concluir uma graduação qualquer é possível fazer um curso técnico profissionalizante de boa qualidade, estudar outros idiomas e ainda montar um negócio, o que de forma alguma invalida o desejo de uma formação profissional de nível de superior, mas pede uma reflexão.

Por exemplo:

Vamos imaginar uma família de classe média (não elegível ao FIES ou financiamentos públicos), onde um filho sonhe em cursar Medicina. Diante da imensa dificuldade de acesso às universidades públicas a única alternativa é conquistar uma vaga numa instituição particular.

Com um valor de mensalidade superando facilmente os R$7.000,00 e considerando que a graduação em Medicina dura, no mínimo, 6 anos (72 meses), estamos falando de um investimento direto de R$504.000,00 apenas pelo curso, sem contar os materiais, instrumentos básicos, transporte, alimentação, residência, etc. Difícil, não? Talvez impossível!

Isso demonstra que realizar este sonho demanda décadas de investimento e implica num grande comprometimento da renda familiar ao longo do tempo.

Mesmo num cenário onde parte da graduação fosse financiada, caso após a conclusão do curso o jovem médico não conseguisse uma colocação imediata e com uma remuneração capaz de retornar o capital investido, ele estaria 'gravemente' endividado (como ocorre com milhões de profissionais recém formados que além do desemprego precisam lidar com dívidas impagáveis).

A conclusão é que infelizmente um projeto desta magnitude está muito distante da realidade da maioria dos brasileiros e toda a sociedade perde com isso.

Custo x Benefício

Não há dúvida que investir em Educação é essencial. Contudo, isso deve ser feito de forma racional e planejada para que o sonho não se transforme em pesadelo, afinal, já foi o tempo em que diplomas eram sinônimos de sucesso profissional e garantia de bons salários. 

Pense nisso!

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