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Pode até parecer estranho, mas muitas pessoas têm!

Cheguei a esta conclusão após passar anos atendendo profissionais dos mais diversos perfis em programas de coaching financeiro.

De executivos altamente capacitados e com excelente formação a trabalhadores braçais visivelmente cansados após mais um pesado dia de trabalho; pessoas com belíssimas histórias de vida, mas que - por algum motivo de ordem pessoal - deixavam que crenças e bloqueios externos limitassem o progresso da dimensão financeira individual.

Comum entre elas apenas o MEDO de trocar o 'certo' pelo duvidoso e de seguir seus sonhos. É o que tecnicamente chamamos de autossabotagem, ou como alguns preferem dizer: medo de dar certo.

O reality show da vida real

Alguns casos foram muito marcantes, como estes que resumo a seguir:

Um executivo de uma grande construtora ficava deprimido toda vez que lucrava com seus empreendimentos, pois isso, no seu entendimento, conflitava com as lembranças do seu pai, que fora uma pessoa muito simples e humilde, que passou a vida toda trabalhando como operário da construção civil e que - apesar da imensa dificuldade financeira - conseguiu criar e formar os quatro filhos com dignidade. Na visão do empresário, lucros maiores pressupunham exigência excessiva da mão de obra e, portanto, remetiam ao cotexto familiar de sacrifícios e privações.

Há também o de uma professora universitária que estudou durante anos para conquistar um currículo vasto, inclusive com cursos no exterior e vários livros publicados, e que apesar de sentir-se financeiramente frustrada por considerar que pessoas menos capacitadas próximas a ela ganhavam muito mais dinheiro e com menos esforço - relutava em mudar de emprego, ainda que com frequência recebesse propostas salariais muito superiores aos seus vencimentos na instituição onde lecionava. Segundo ela, havia um conflito íntimo entre o ideal de contribuir para o ensino público de qualidade no país e a sua realização financeira pessoal.

Nos programas voltados para empreendedores os relatos mais frequentes diziam respeito as dificuldades de se manter um negócio próprio no Brasil. No início destas sessões havia um abatimento notório. O "sintoma" mais evidente podia ser percebido no olhar: faltava brilho, esperança e coragem. No fundo, faltava continuar acreditando.

Apesar do repertório tão variado, confesso que as histórias que mais me intrigavam sempre foram aquelas relacionadas à dificuldade que as pessoas têm de tomar decisões, mesmo conscientes da necessidade de mudança de atitude para a solução imediata de desconfortos e/ou problemas graves nas dimensões financeira e profissional de suas vidas.

Inevitável questionar:

• Por que permanecer num emprego/negócio sem perspectivas de crescimento?
• Por que aceitar baixos salários?
• Por que fazer o que não se gosta?
• Por que deixar os sonhos para depois?
• Por que não mudar?
• Por que não arriscar?

Até hoje a única resposta 'razoável' que encontrei para estas questões comportamentais, digamos, "limitantes" - se considerarmos as oportunidades que o mundo nos dá diariamente - é a que deu origem a reflexão proposta neste artigo e que - ao menos para mim - é um fato:

Muitas pessoas têm medo de ganhar dinheiro!

Grandes mudanças exigem atitude, coragem e determinação.

Isso pode significar ter que abrir mão momentaneamente da zona de conforto em que estamos ou até mesmo daquele estilo de vida que parece ideal (do qual nos tornamos reféns!), e que não raramente nos impede de PROSPERAR no sentido mais amplo da palavra.

Nas sessões de coaching costumamos dizer o seguinte:

"Um sonho sem um plano é um pesadelo", pois para transformar seus projetos em realidade é preciso SONHAR, PLANEJAR e AGIR. 

Não é preciso reinventar a roda ou fazer algo mirabolante. Muito pelo contrário! Pode ser algo simples, comum, mas que, efetivamente, faça sentido na vida das pessoas.

Duvida? Experimente começar.

* Agradeço imensamente pelo aprendizado, principalmente pela confiança dos coachees em nosso trabalho.

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