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Até quando será possível viver de juros?

Se você tem algum dinheiro aplicado, provavelmente já deve ter notado que os rendimentos estão cada vez menores. E você está certo! O tempo dos juros altos ficou para trás.

Brevíssimo histórico

Na época da instabilidade econômica muitas pessoas e empresas preferiam aplicar o dinheiro nos bancos em troca dos juros altos do que investir na economia real imaginando que desta maneira estariam protegidas das perdas inflacionárias. De fato, dependendo do montante - a inflação descontrolada acabava sendo 'benéfica' para alguns grupos e famílias, já que os rendimentos superavam as despesas.

O mercado financeiro por sua vez era limitado e oferecia poucas opções de investimento. Além da tradicional Caderneta de Poupança e do over-night, quem conseguia ter alguma sobra acabava recorrendo ao dólar (quem diria!) e raramente à Bolsa de Valores, que ainda era algo considerado obscuro e restrito aos “especialistas” e, portanto, distante do grande público.

Ao longo das décadas de 1980 e 1990 por diversas vezes a inflação esteve acima dos 40%, 50% e 60% mensais, chegando a ultrapassar os 80% no período de transição dos governos Sarney e Collor. A necessidade urgente de mudanças e a falta de perspectivas positivas para a economia do país motivaram a criação de uma série de planos econômicos desastrosos baseados na contenção inflacionária.

- Quem não se lembra do congelamento de preços? Ou do confisco das cadernetas de poupança? Talvez seja melhor nem lembrar, pois vai quê...

Obviamente que o custo de vida também aumentava de forma descontrolada. Em todos os setores o jeito era repassar as perdas para o consumidor final através do constante aumento de preços típico da velha política do “compre agora antes que suba”.

A impossibilidade de fazer projeções confiáveis acerca do futuro da economia contribuía para a desinformação da população, principalmente, no tocante a fixação de metas financeiras. Desta forma, manter o dinheiro aplicado em troca dos juros até a chegada de dias melhores dava a falsa impressão que ele estava à salvo e rendendo acima da inflação, quando, na realidade, este comportamento alimentava um ciclo vicioso que mergulhava o país num caos econômico sem precedentes.

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Plano Real

Logo que o período de estabilização teve início e que os juros começaram a diminuir não tardou para que a queda dos rendimentos fosse sentida por aqueles que dependiam da "ciranda financeira" para manter o seu estilo de vida.

Esse sinal de alerta fez com que muitas pessoas começassem a buscar outras opções de investimento e o mercado como um todo finalmente começou a dar sinais de recuperação.

Era o começo de uma nova era no Brasil.

Perspectivas positivas

Atualmente viver de juros exige muito mais habilidade do que simplesmente deixar o dinheiro no banco e esperar o mês passar e tudo indica que essa é uma tendência que veio para ficar.

É razoável imaginarmos que os rendimentos vão se aproximar daqueles oferecidos nos países desenvolvidos, ou seja: que dificilmente superam os 3% anuais. Independentemente de aumentos pontuais da taxa SELIC (necessários para conter o consumo!), hoje em dia achar uma aplicação que ofereça um rendimento líquido superior a 0,75% am sem grande exposição ao risco já requer muita pesquisa. 

A boa notícia é que todas estas mudanças colocaram o nosso país no rumo do progresso e da prosperidade, pois todos ganham quando há crescimento econômico.

Por fim, salvo para quem já dispõe de um patrimônio considerável e renda capaz de manter o estilo de vida indetermindamente, daqui para frente será preciso diversificar

Falaremos sobre isso em próximos artigos.

Até lá!

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