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Uma das dúvidas mais comuns dos nossos clientes profissionais e gestores de estabelecimentos de Saúde diz respeito à administração do Caixa.

Como ocorre em qualquer empresa, independente do ramo, é preciso controlar de perto o fluxo de receitas e despesas. Para tanto, o ideal é que sejam utilizadas ferramentas que facilitem a organização do orçamento, como por exemplo, um fluxo de caixa.

Vejamos um caso prático:

Uma clínica médica multidisciplinar atende a pacientes particulares, de convênios e da rede pública, sendo que cada um destes clientes possui condições específicas de pagamento. O custo mensal da clínica é de R$15 mil. Em média, por mês, são realizados 300 atendimentos.

As principais dúvidas dos administradores são:

1 – Considerando que o valor das consultas e o prazo de pagamento variam conforme o tipo de cliente, como lançar as receitas no controle financeiro?

Neste caso, o ideal é montar uma planilha onde a quantidade de consultas e os tipos de clientes estejam previstos, bem como utilizar um fluxo de caixa para lançar as receitas conforme o prazo de pagamento de cada cliente:

Tipo de Cliente	Valor da Consulta	Quantidade	Subtotal	AV (%)	Mês 1 (à vista)	Mês 2 (a prazo)	Mês 3 (a prazo)
Particulares	R$200,00	10	R$2.000,00	21,50%	1.000,00	1.000,00	-----
Convênios	R$30,00	150	R$4.500,00	48,38%	-----	3.000,00	1.500,00
SUS	R$20,00	140	R$2.800,00	30,12%	-----	800,00	2.000,00
Receitas		Total	R$9.300,00	100,00%	1.000,00	4.800,00	3.500,00
Despesas		Total	R$15 mil	100,00%	R$15 mil	-----	-----
Resultado Mensal			- R$5,7 mil	100,00%	- R$14 mil	- R$ 9,2 mil	- R$5,7mil

* Observação: Por fins didáticos essa simulação considera somente o fluxo de receitas e despesas gerado em um mês de operação. Valores meramente ilustrativos.

Conclusão:

Apesar de atender, em média, a 300 pacientes por mês, o valor total das consultas realizadas no período é insuficiente para cobrir o total de despesas da clínica (R$15mil), sem contar que são precisos até 90 dias para os R$9.300,00 estarem disponíveis no Caixa. Sendo assim, enquanto isso, os sócios terão que utilizar recursos próprios e/ou de terceiros se quiserem manter as contas em dia.

Vale observar ainda que o resultado negativo (prejuízo) acumula para o mês seguinte, podendo tornar a situação insustentável se nada for mudado.

2 – Quais soluções adotar?

De fato, a situação é bastante complexa, principalmente devido ao fato do déficit mensal ser cumulativo.

Não existem saídas "fáceis" de curto prazo neste caso. Enquanto uma reformulação completa da estratégia comercial e financeira da clínica não for implantada, restará aos gestores a adoção de algumas medidas paliativas, tais como:

• Oferecer um desconto para pagamento à vista das consultas particulares, buscando sempre aumentar o número de clientes nesta modalidade;
• Limitar o prazo de recebimento das consultas particulares a data de vencimento do cartão de crédito;
• Negociar a taxa de desconto junto à instituição financeira administradora do cartão, bem como os valores de repasse e os prazos praticados pelos convênios;
• Reduzir o atendimento das consultas dos clientes SUS e convênios. Tal medida, apesar de "impopular", possibilitaria "enxugar" a estrutura geral da clínica e, consequentemente, as despesas fixas até que uma reformulação fosse feita.

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Até a próxima!

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